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15 de abr. de 2014

Moments – Capítulo 5.


O dia de ir pra Londres havia chegado. Estávamos no aeroporto há pouco mais de uma hora. Minha mãe, Pedro, e os pais de Emily aguardavam a chamada do voo junto com nós duas. O medo era óbvio e a dor de deixar minha mãe era ainda mais evidente, contudo tivemos uma conversa franca e sincera. Minha tia, irmã dela, viria morar em Bournermouth e ficaria em nossa casa, fazendo companhia nesses anos em que estarei longe, me deixando bem mais aliviada. Sem contar que Pedro também cuidaria dela por mim.

– Quero que ligue todos os dias e não me deixe sem notícias.  – minha mãe disse.

– Claro, mãe. Eu sempre vou te ligar. – afirmei.

– Eu amo você. – ela disse e eu a abracei.

– Fica bem. Eu cuido dela, prometo. – Pedro disse e cruzou dois dedos, os beijando.

– Vou sentir muita a sua falta. – o abracei e molhei sua camiseta com algumas lágrimas.

– É a realização do seu sonho, se concentra nisso, não chora. E cuida da Emily, por favor.

– Já? Temos que ir. – Emily parou ao meu lado e segurou minha mão.

– Temos que ir. Amo vocês! – deixei as ultimas lagrimas escorrerem.

– Sentiremos saudades!! – Emily exclamou chorosa.

– Tudo fica bem quando termina bem. – falei antes de entrar na sala de embarque.

Entramos na sala e um dos funcionários pediu que todos os passageiros esperassem para serem chamados ao avião. Ela deitou a cabeça no meu ombro e eu apoiei minha cabeça na dela.

– Você acha que vai ficar tudo bem mesmo? – ela choramingou insegurança pela primeira vez desde que recebemos a carta.

– Claro que vai. Você vai ver. 

Lembrei que Louis havia pedido que eu avisasse quando estivesse perto de embarcar. Puxei o celular do bolso da calça e comecei a digitar uma mensagem avisando.

Sala de embarque. 

Estou chegando.

Sophia Maryn X

Esperei por alguns poucos segundos e então meu celular vibrou.

Londres e eu esperamos ansiosos. 

Quero te ver logo.

Louis X

Mordi o lábio e deixei escapar um sorriso antes de respondê-lo.

Falo com você em uma hora. 

Já nos chamaram. 

Sophia X

Cutuquei Emily, que parecia cochilar ou chorar calada, e me ajeitei na cadeira. O segurança nos mandou ir até o corredor e em seguida chegaríamos ao avião. Peguei meu café e celular e levantei antes dela. Caminhamos abraçadas até lá. Nos acomodamos em nossos devidos lugares e por sorte pude ir na janela, ela no corredor e ninguém entre nós duas.

– Não tem mais como desistir. – ela suspirou.

– Mesmo que tivesse, nós não iríamos, certo? – ergui meu olhar até o dela.

– Certo.

– Se importa se eu... – ergui os fones de ouvido e o celular.

– Claro que não. Eu vou fazer o mesmo. 

Fiz uma playlist especial para a viagem e inclui todas as músicas que me acompanharam durante meus dias de angústia e feliciade. Encontrei algumas músicas bem interessantes da banda de Louis, super adoráveis, meigas e melancólicas do jeito que eu adoro. Impossível não colocar a linda Kelly Clarkson, que descreve minha vida como nem eu mesma poderia. Juntei a alguns outros cantores e bandas que escolhi pra serem trilha sonora da minha viagem. 

Continuei a cantalorar minhas músicas e vez ou outra sorria por nada. Emily havia adormecido ao meu lado poucos minutos depois que o avião decolou. Meu pensamento se encaminhou até Louis e então algo pra me distrair. Meu estômago imediatamente embrulhou quando lembrei do nosso beijo. Evidente que algumas coisas estranhas estão acontecendo comigo em relação a ele, mas nada que eu possa definir. São só coisas estranhas que eu nunca senti antes.

"Senhores passageiros, por  favor, apertem seus cintos. Nós iremos pousar." – a aeromoça informou com a sua habitual voz sexy e imediatamente milhões de travas fizeram um "cloc" juntos. Me ajeitei na poltrona e logo comecei a acordar Emily, que vagarosamente foi abrindo seus olhos azuis.

– Obrigada por não demorar. – eu ri.

– Eu quero cama. – choramingou enquanto arrumava os longos cabelos.

– Eu preciso de um café primeiro. – ergui meu copo vazio.

– Sophia, eu quero dormir. 

– E eu não consigo fazer isso, então eu quero um café. 

– Chantagem? É sério?

– É uma das minhas qualidades especiais. 

Sentimos o frio na barriga e enfim aterrizamos. Minha mente deu um pane pequeno quando notei que eu realmente estava há milhas de casa, totalmente desprotegida, tendo agora que descobrir tudo sozinha. Engoli em seco e Emily acenou positivamente com a cabeça, me incentivando a levantar. Peguei minhas coisas e seguimos o corredor pra onde nos mandaram.

                                                                        ...

– Oi, você poderia nos levar a um café? – pedi gentilmente a um taxista.

– Claro! 

– Tem algum perto desse endereço? – timidamente ele me olhou, rindo um pouco rouco.

– Tem sim, querida! Vamos! 

Não demoramos a chegar ao café e pedi que ele nos esperasse. Não seria normal entrar em um lugar assim com milhões de malas. Várias garotas estavam na porta, gritando, chorando, e se batendo contra o vidro e um segurança tentava acalmá-las. Pedi licença e disse à ele que só queria um café, explicando que tinha acabado de chegar de viagem. Ele nos deu passagem e imediatamente fomos jogadas pra dentro da cafeteria. Um garoto de cabelos desgrenhados sentado de costas me chamou atenção, achei que o conhecia. Encarei ele e seus amigos, que estavam de cabeça baixa, por alguns segundos, mas logo fui pro balcão. Fizemos nossos pedidos e a simpática atendente fez um comentário engraçado sobre o tipo de gente que visita o estabelecimento e eu gargalhei alto sem querer, me repreendendo mentalmente por isso em seguida. Apoiei os cotovelos na bancada e fiquei batendo o pé no chão. Senti alguns passos se aproximando e engoli em seco antes de me virar pra saber quem havia parado atrás de mim.

– SOPHIA! Eu sabia que era você. – Louis gritou e me abraçou de uma maneira não tão delicada e fraca.

– Louis... Louis... Por favor. – apoiei minhas mãos contra seu peito, o empurrando devagar, diminuindo sua força contra mim. 

– Ouvi sua gargalhada e tinha certeza que era você. – ele riu.

– Nós só passamos pra comprar um café, acabamos de chegar. – apontei pra Emily, que rodava o canudo nos dedos demonstrando desgosto.

– Olá, Emily. Tudo bem? – educadamente perguntou e ela sorriu de lábios grudados.

– Tudo bem, Louis, e com você? – contrariadamente perguntou ao ver meu olhar desesperado por uma resposta educada.

– Essas lágrimas e gritaria são por sua causa? – estreitei os olhos, meio atônita com a observação.

– Por nossa causa. - apontou para os amigos, que estavam sorrindo.

– Não acredito, eles estão aqui. – Emily falou assustada.

– São eles? – perguntei e ele assentiu, então acenei de leve, envergonhada.

– Eles são legais. Vamos lá, quero apresentar vocês à eles.

– O QUÊ? – gritou um pouco e eu me assustei de leve.

Ele riu e segurou meu pulso, da mesma forma que fez no aniversário de Pedro. Fui arrastada até lá e a vergonha havia tomado conta de cada célula do meu corpo. 

– Gente, essa é a Sophia, minha amiga de infância, e essa é a Emily, melhor amiga dela. – apontou respectivamente.

– É um prazer conhecê-los. – falei rapidamente.

– Hum, é... Fico feliz de conhecê-los, é um prazer, mesmo! – Emily disse após sair do transe.

Ela tava olhando completamente abobada pra eles. Minha melhor amiga se tornou uma fã beeeeeeem dedicada à eles. Nunca tive contato direto com os meninos e ela têm me odiado bastante por isso. Não sei como aconteceu, mas ele se tornou uma grande admiradora deles. E isso resulta na sua falta de ar e sanidade nesse momento. Meu braço estava ficando vermelho de tanta pressão que ela estava fazendo nele com os dedos. Tive que me soltar e ri desconfiada.

– Senhorita, seu pedido. – a atendente me avisou, já que eu não havia pegado.

– Nós precisamos ir. Foi bom te encontrar, Lou. E conhecer vocês também. – falei.

– Nós levamos vocês em casa. Fiquem mais! – Niall sugeriu.

– Não, não. O taxista está esperando. E é melhor não... – me virei e olhei o mar de meninas do lado de fora e voltei a encará-los sorrindo. – Não é uma boa ideia.

– Eu passo lá depois, então. Me manda o endereço por mensagem, pode ser? – Louis disse.

– Claro. Emily? Emily, querida, nós temos que ir. – a sacudi de leve e ela corou.

– Foi ótimo conhecer vocês. Espero revê-los logo. – me assustei com o que ela havia dito e sussurrei um desajeitado "Emily."

– Até mais. – acenei com a mão e me virei, brigando com ela por sussurros. 

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